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sábado, 12 de outubro de 2013

Vamos nos trocar?

Já faz um tempão que eu estou ensaiando escrever esse texto e acho que agora consegui colocar as ideias no lugar para produzi-lo! Vamos Nos Trocar é uma sessão que nada tem a ver com moda, vai ser um espaço para fazermos o que pouca gente faz: olhar as coisas de um outro ponto de vista!
Vamos abordar assuntos que mexam com a gente de alguma forma e vamos tentar enxergar isso de uma outra forma! E claro, o primeiro assunto não podia ser diferente do assunto que mais se fala no momento quando se trata de gordinhas: o caso Perséfone!


Eu já fiquei bem incomodada com a história da moça, já me revoltei achando que a Globo queria colocar as gordas como pobres coitadas desesperadas que não conseguem ninguém e dão em cima do primeiro cara que passa em total desespero! Já quis fazer um movimento nacional em que todas as gordinhas encheriam o facebook do autor da novela com fotos delas com os namorados, felizes! Já sofri quando vi os amigos zuando com o namorado dela, quando vi os pais falando pra ele que eles não queriam aquilo pro filho deles, já deixei que a opinião dessa Rede de Televisão abaixasse minha auto-estima! Mas aí parei pra pensar, pra ver as coisas de outra forma!

As novelas, programas de atualidades, seriados, jornais já abordaram outros tipos de pessoas que sofrem preconceito e qual outra forma deles mostrarem senão fazendo-os sofrer o que a gente sofre no dia-a-dia. É exagerado? Talvez... eu nunca estou por perto quando o carinha que eu to de rolo sai com os amigos! Mas já recebi muitos remédios para emagrecer de uma antiga sogra - e os guardei na gaveta!

Parei de odiar o autor porque percebi que assim como ele está querendo mostrar a homofobia exagerada de um pai para com um filho, também está aumentando nas lentes o que todas nós já passamos: as amigas gostosinhas com alguns caras ao redor e outros se aproximando de nós para que pudéssemos apresentá-los a elas! Quando você vai tirar fotos profissionais precisa passar uma maquiagem que te deixa ridícula a olho nu, mas fica na medida diante de uma câmera! Se o que a personagem está passando está "na medida", eu não sei! Eu sei que está me ajudando a mostrar pra amigas magras o que eu sempre falei e elas duvidavam que existia: Gorda sempre é vista como amiga, mas poucos assumem como namoradas!


Não sei se a história da personagem vai ajudar a diminuir o preconceito, não sei se mais gente passou a gostar de mulher com carne depois do romance dela com o Daniel, mas, ao invés de olhar pra ficção, olhe para a vida da atriz e saiba que ela é bem casada com um cara bem gato e parece ser bem feliz! E - eu ouço muito isso dos outros e tenho que aprender a praticar: a forma com que os outros nos veem é reflexo da forma como nos tratamos! Vamos nos permitir termos dias de nos acharmos a pessoa mais feia do quarteirão, mas, que na maioria deles, possamos saber que uma pessoa que está se importando com o seu cabelo, seu rosto, seu corpo, não tem qualidades nenhuma pra nos merecer!

Seria incrível se cada dia nós acordássemos de um jeito: negro, branco, índio, gordo, anão, alto, magrelo, com alguma doença de pele, alguma dificuldade física, só pra sabermos na pele o que cada um sente e assim terminaria essa coisa pré-histórica chamada preconceito. Se essa é a única solução, então isso nunca vai acabar! Mas sei que, se um dia acontecer, quem acordar namorando com uma gordinha vai querer colocar o dia no repeat!

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